Em 1925, um lavrador provavelmente se desesperaria ao ver uma colheitadeira cruzar seu campo. Imaginaria o fim de sua função. Cem anos depois, sabemos o que aconteceu: há mais empregos no campo, e as máquinas viabilizaram novas culturas, territórios e formas de produzir. O mesmo movimento se repetiu na indústria, na construção civil… e agora atinge as atividades criativas.
À primeira vista, a inteligência artificial generativa pode parecer uma ameaça aos profissionais da criação. Mas a história nos mostra outro padrão: há mais atividades que a IA permite do que aquelas que ela substitui. Mas é difícil ver isso por conta da dificuldade de realizar o pensamento de segundo nível: avaliar o que acontece depois do que acontece. Veja o exemplo da fotografia: o fato de todos termos máquinas fotográficas incríveis nos bolsos não acabou com a função de fotógrafo. Na verdade, ampliou seu mercado, ao fazer o registro fotográfico ser algo esperado por mais pessoas em mais situações (imagina dizer que quem vai fotografar seu casamento é seu primo no Iphone dele….).
Para não se perder na teia de possibilidades, defendo se concentrar numa tese: “Close the Gap” — a IA encurta a distância entre concepção e realização. Durante muito tempo, o gargalo esteve na execução: ideias paravam por falta de recursos, tempo ou capacidade técnica. Hoje, ferramentas como Lovable, Gamma, FaunaFlora, Manus e Midjourney colocam a execução a poucos cliques de distância. O nó se desloca: vence quem tem repertório, empatia e visão para saber o que fazer — e usa a IA para fazer melhor.
Esse movimento valoriza o criativo generalista, alguém que entende de conceitos, processos e impacto. Por quê? Porque o talento por trás da ferramenta fará cada vez mais diferença. A IA eleva o nível das entregas básicas. Democratiza acesso, sim, mas também exige mais critério, mais intenção, mais propósito. Nesse novo ambiente, quem pensa bem, faz melhor.
Claro que há desafios. Em nível individual, o upskilling se torna urgente. Em escala social, falamos de reskilling, ética, regulação. Mas as oportunidades são ptentes: pensar estrategicamente com IA se torna escalável — seja com a IA como ferramenta, copiloto ou sistema autônomo.
Esse processo está em pleno desenvolvimento. E é por isso que convido todos os profissionais a se engajarem na criação de um mundo melhor com a IA.
Abaixo, deixo o deck desta palestra. Caso queira levá-la para seu time, pode entrar em contato por whatsapp neste link.
PALESTRA CRIATIVIDADE EM PAUTA de Lucas Reis
